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o que guardam os casulos
2024, amarrações em diferentes tecidos e corda; instalação 190 cm x 80 cm x 30 cm  

Quem passou por aqui? Há uma presença que ronda a obra, mas que não conseguimos decifrar. Os nós, envoltos na opacidade de um véu, refletem amarras, dores, questões ainda impronunciáveis. A amarração tortuosa daquilo que nos parecem ser roupas consegue, em pequenos momentos e a duras penas, transpor o véu, tocando sua superfície e revelando cicatrizes em linhas de costura vermelha. Um vermelho-lembrança de alguém ou algo esquecido, que precisa ser recordado. Há um tensionamento no objeto, ora ninho, ora casulo, ora carne, ora corpo. Seriam esses objetos pendentes espécies de lembranças não nomeadas, vestígios de uma força de memórias apagadas? Uma torção-embrulho situa um olhar apreensivo, o qual nos devolve a indagação: quem passou, marcou e pendurou aquelas peças que sinalizam a potência de uma presença e suas dores, dúvidas e paixões?

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