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para não esquecer
2023, vídeo, 2'00"

As imagens esmaecem mas as palavras ficam reverberando na memória. São falas insistindo em criar um território de significados que não se ancoram em fatos concretos, mas sim em possibilidades narcísicas teimosas e insistentes.

Para não esquecer é uma tentativa de elaborar uma cansativa discussão repetitiva. É um poema visual trazendo à tona uma perda na linha do horizonte, um aumento de sons aleatórios preenchendo recorrências de um processo de disputa de narrativas. Separar e reparar tensionam uma legenda para uma situação e patinam em superfícies escorregadias da mágoa e da raiva alimentando um turvamento da paisagem que está à nossa frente. Há aí um cansaço e um embaralhamento que não podem ser esquecidos tampouco confundidos.  Não são mais surpresas, e algo precisa ser lembrado no intuito de não recair em uma aparência de estar tudo bem.

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